A inteligência artificial na área jurídica: O impacto na gestão de escritórios e departamentos jurídicos

16 de fev de 2022
A inteligência artificial na área jurídica: O impacto na gestão de escritórios e departamentos jurídicos

Como a inteligência artificial vem transformando o setor jurídico em todos os seus segmentos.

A tecnologia transforma diversas áreas e com o setor jurídico não seria diferente. A inteligência artificial tem sido um dos principais condutores da inovação na área jurídica, permitindo que o setor se renove no que diz respeito a processos e documentos.

No ambiente corporativo a inteligência artificial é muito utilizada na automação e análise de dados, muitas vezes em grande escala, para descobrir soluções e conexões de maneira rápida e precisa. E, o impacto dessa tecnologia em setores como o jurídico, vem transformando completamente o modo como algumas empresas atuam no mercado.

Nessa perspectiva, podemos explicar a inteligência artificial como uma tecnologia que permite que máquinas aprendam a reproduzir um comportamento, pensamento e características humanas, e se tornem capazes de resolver problemas de diversas naturezas e escalas de complexidade como, por exemplo, buscar determinada informação, decifrar códigos, estabelecer padrões e interpretar idiomas.

A criação da inteligência artificial

Os primeiros indícios do que hoje conhecemos por inteligência artificial surgiram na década de 1940. Com o surgimento dos primeiros computadores e a explosão da Segunda Guerra Mundial, já havia um interesse em desenvolver tecnologias com o objetivo de produzir armamento bélico. Porém, o nome inteligência artificial foi criado nos anos 50, não por um, mas por um conjunto de matemáticos, filósofos e até mesmo poetas, que exploraram a ideia de simular o pensamento e o raciocínio humano.

O primeiro software de inteligência artificial (IA) foi criado em 1956 por Allan Newell e Herbert A. Simon intitulado Logic Theorist (LT).

Hoje existem diversos sistemas que usam a inteligência artificial com níveis de inteligência e classificações distintas. Uma análise recente realizada pela  Gartner apontou quais as principais tendências de tecnologias para 2022. No total são 12 tecnologias, que na visão dos especialistas, são estratégicas para as organizações que buscam melhor análise e segurança de dados, automação de sistemas e agilidade no processo de tomada de decisão.

Destacamos abaixo algumas das tecnologias descritas, são elas:

  • DI (Decision Intelligence) – Acelerar e melhorar a habilidade da empresa na tomada de decisão;
  • Hiperautomation (Hiperautomação) – O objetivo aqui é automatizar o maior número de processos possíveis, o que não só agiliza as tarefas operacionais como também decisões estratégicas para o negócio;
  • Cybersecurity mesh – Integrar sistemas de segurança de maneira simples e ajustável. A segurança cibernética, proteção e privacidade de dados continuará sendo uma preocupação das organizações ao redor do mundo.

O processo de transformação digital na área jurídica

A inovação está diretamente ligada à tecnologia. Em um mercado em constante transição, empresas precisam estar dispostas a acompanharem essas mudanças e na área jurídica não seria diferente.

A transformação digital começou a mudar a prática legal em 2005, quando iniciaram os testes de peticionamento eletrônico, que só viria a se tornar obrigatório em 2013. A partir dessa data, profissionais da área e escritórios de advocacia rapidamente começaram a investir em infraestrutura tecnológica e adaptação à nova rotina de processos dos advogados.

Além disso, a transformação digital proporcionou a criação de Legaltechs e Lawtechs, que oferecem soluções para o setor por meio da tecnologia, assim como empresas especializadas em softwares jurídicos e para gestão do negócio, como a TWT Info.

Em 2020, a Associação Brasileira de Lawtechs & Legaltechs já contava com mais de 150 startups jurídicas com uma gama de propostas para otimizar e melhorar a eficiência no segmento  jurídico. Entre essas soluções, destacamos:

  • Consultoria Jurídica
  • Gestão de equipe e do negócio
  • Gestão de escritórios
  • Intento de Conflitos Online
  • Compliance
  • Big Data
  • Rede de profissionais

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Como a inteligência artificial é aplicada ao setor jurídico?

Com o avanço constante da tecnologia, novas ferramentas surgem no mercado com propostas e soluções cada vez mais completas, mas a verdade é que a tecnologia não funciona da mesma maneira na área jurídica, pois o modelo de atuação diverge quando olhamos para as ramificações e áreas de atuação no Direito.

Dentro do setor existem incontáveis nichos e áreas de atuação. Um escritório de advocacia possui demandas e uma rotina diferente de um departamento jurídico em uma grande empresa.

Sendo assim, um mesmo sistema poderá atender as demandas de ambos os setores, mas a utilização da ferramenta dependerá do contexto e da área de atuação de cada um. O sistema de gestão jurídica foi criado justamente para atender essa demanda especializada e personalizada de acordo com a operação de cada setor.

Para entender melhor onde a inteligência artificial potencializa o setor jurídico, listamos as principais funcionalidades de um sistema de gestão jurídica.

  • Revisão e gestão de contratos

Com a tecnologia, algumas tarefas legais puderam ser otimizadas, como por exemplo a revisão de contratos. Mesmo em contratos simples, a quantidade de horas para realizar a revisão é considerável pois é uma etapa importante e de grande responsabilidade.

  • Gestão de equipe e otimização de processos

O sistema possibilita uma gestão completa do escritório ou departamento, além de agilizar os processos burocráticos e permitir que as lideranças acompanhem as tarefas da equipe de advogados.

  • Análise de dados e indicadores

Quando uma empresa é Data Driven, ou seja, guiada por dados, o processo de tomada de decisão é muito mais rápido e eficiente. Essa prática no mundo do Direito é conhecida como  Legal Analytics. 

Quando se utiliza uma ferramenta que é capaz de captar e apresentar esses dados, a interpretação e análise trazem insights e contribuem para uma atuação mais estratégica dos profissionais.

  • Controle e redução de custos

Outro tópico importante para qualquer empresa é a redução de custos. Quando se utiliza uma ferramenta com inteligência de dados, as despesas jurídicas de uma empresa em determinado período são facilmente identificadas e as medidas para redução desses custos são realizadas com maior rapidez.

  • Padronização e controle dos serviços oferecidos

Com um sistema de gestão jurídica integrado ao financeiro da empresa, é possível padronizar e precificar de maneira mais assertiva os preços dos serviços oferecidos, assim como as horas dos profissionais. Além disso, em caso de oferecer algum desconto, por exemplo, o sistema mostrará qual valor não compromete a sua margem de lucro, evitando prejuízo.

  • Chatbot

Automatizar a comunicação com o cliente via chat por meio de robôs que, além de melhorar a experiência do usuário, quando bem alimentado com as principais dúvidas e informações que o usuário precisa, diminui a demanda de atendimento em outros canais.

Mas afinal, advogados serão substituídos por máquinas?

Lá em 2008, em uma entrevista com Richard Susskind, advogado e autor,  que é uma das principais referências na área, já falava sobre as mudanças no Direito.

“Em cem anos, a sociedade e a economia serão transformadas radicalmente. Como já vêm sendo. Seremos tão afetados e modificados pela tecnologia que nenhuma das regras atuais serão válidas. Em dez anos, o mundo do Direito já estará em transição.”

Vimos que de fato a tecnologia vem promovendo uma constante evolução no mercado jurídico, o que pode causar uma sensação de insegurança em alguns  profissionais, mas para se manter operante na área é importante acompanhar a inovação e reciclar o conhecimento a todo momento.

Longe da substituição pela “máquina”, é importante acompanhar os avanços tecnológicos e utilizar os recursos disponíveis para facilitar e otimizar os processos, obtendo vantagem competitiva e percebendo a inteligência artificial como aliada.

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